Boas práticas na aplicação do óleo no compressor do sistema de refrigeração automotiva

Com o aumento da frota circulante de automóveis no Brasil equipada com Ar-Condicionado, a demanda por manutenção deste dispositivo cresce de maneira significativa. Segundo relatório divulgado pelo SINDIPEÇAS/ABIPEÇAS, em 2021, existem 46.584.912 “autoveículos” em circulação em território nacional.

Com isso, se faz cada vez mais necessário a capacitação da mão de obra, para que possam atuar na manutenção da frota, de maneira eficiente e produtiva.

Uma das dúvidas mais recorrentes dos técnicos de campo, se dá em função da recarga de óleo do compressor em manutenções. Enfatizamos o óleo do compressor, porque o objetivo principal do óleo é lubrificar este componente no sistema.

Confira algumas dicas importantes para o procedimento, lembrando que é indispensável a consulta ao manual de serviço ou literatura técnica do veículo ou componente que passa por manutenção:

– Jamais deixar o óleo de compressor exposto ao ambiente ou com seu frasco destampado, pois o óleo PAG utilizado na maioria dos compressores é higroscópico, ou seja, absorve umidade do ar. E umidade acima de 1000ppm (partes por milhão) no óleo é prejudicial ao sistema, causando entupimentos, pressão alta, borras a acidez.

– Nunca insira óleo pelo vácuo no compressor, a maneira correta de inserção ou é pelo parafuso do cárter (se o compressor o tiver), ou caso o compressor não possua cárter, deve se inserir a quantidade correta pela sucção do compressor, por gravidade, antes da montagem. A ilustração abaixo exemplifica a inserção por gravidade:

Fonte: VALEO JAPAN

– Quando houver troca do compressor, certifique-se se o compressor já vem carregado com óleo de serviço da fábrica, caso necessário drene o óleo e faça a recarga com a quantidade e viscosidade corretas. A drenagem pode ser feita pelo parafuso do cárter (se houver) ou pelas tomadas de sucção e descarga, por gravidade. Abaixo uma ilustração de drenagem do óleo em um compressor sem cárter:

Fonte: VALEO JAPAN

– Volume de óleo do compressor e sistema deve ser inserido conforme manual de operações do veículo. Quando houver troca de componentes, insira somente a quantidade de óleo referente a aquele componente. Em caso de limpeza total do sistema, insira óleo somando-se a quantidade necessária a cada componente (se possível insira o óleo diretamente no componente) ou diretamente no compressor. O próprio funcionamento normal arrastará o óleo na quantidade correta a todos os componentes. Excesso de óleo prejudica o sistema gerando pressão alta, entupimento do filtro secador, e pode levar danos no compressor por calço hidráulico. A ilustração abaixo exemplifica a quantidade necessária de óleo em cada componente:

Fonte: VALEO JAPAN

– Observe na etiqueta do compressor ou no manual de serviço o tipo e viscosidade do óleo recomendada ao sistema. Não misture tipos ou viscosidades diferentes, em caso de dúvida, retire todo o óleo do compressor e limpe o sistema, realizando uma nova recarga com óleo correto.

– Em caso de pequenos vazamentos de fluído refrigerante, não se faz necessário recarga de óleo no sistema, somente se houver troca de componentes.

– Não gire ou vire o compressor desnecessariamente após a carga de óleo, caso isso ocorra gire a placa de contato 5 ou 6 vezes para que o óleo circule e não fique acumulado na câmara de compressão.

– Em caso de dúvida no nível de óleo do sistema, existem ferramentas para medição a venda no mercado;

Para esclarecimentos adicionais, entre em contato com o suporte técnico RLX no 11 3090 2029.

Por Felipe Assumpção

Coordenador Técnico, Pós-Venda e de Sustentabilidade da RLX Fluidos Refrigerantes.

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